terça-feira, 1 de junho de 2010

O DOM DE ENTREVISTAR

Quando escolhi fazer jornalismo, não foi porque me parecia uma profissão que me traria fama e fortuna, apesar de gostar de escrever, não sou muito fã de textos, meus dedos não conseguem acompanhar meu raciocínio e algo sempre fica para traz perdido.
Talvez devesse ser um filosofo e ficar, horas e horas dialogando enquanto outro relata tudo, mas e se esse relato fosse tirado de mim, se mais frases se perdessem durante o processo de locução e transcrição.
Encontrei então algo que muitos erram e eu poderia triunfar.
Em uma entrevista, os entrevistadores querem mostrar que são superiores aos seus entrevistados, esquecem que o programa só existe porque o entrevistado cedeu seu tempo para uma conversa, que deveria ser amigável.
Confesso que a certos entrevistados que deveriam receber uma boa “patada”, por certos atos incorretos, mas isso não dá o direito ao entrevistador, no caso este é um formador de opinião, ser o opressor dessa pessoa, ele tem que deixar o entrevistado livre para falar.
Como retirar aquela confissão e a história que estará sendo repercutida no dia seguinte sem ser na base da porrada.
Neste momento invejo os leigos, que perguntam sem medo de errar, eles querem saber coisas que estão disponíveis na mídia, mas não querem saber através da mídia, eles querem saber pela boca da pessoa, o jornalista não pode se por na condição de leigo, ele tem que provar que é conhecedor do assunto, mas então por que perguntar?
O dom de perguntar está nos que se apresentam leigos, por quem já entende do assunto meia palavra basta, o leigo não vai fingir que sabe, se ele está perguntando é porque quer saber, e de preferencia detalhadamente, pois ele não tem a obrigação de saber antes do outro responder.

Márcio Moreno

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